quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Escola Liter´ria

Personagens e suas Características

Adamastor
É um dos gigantes mitológicos filhos da Terra, que se rebelaram contra Júpiter e foram vencidos.
N'
Os Lusíadas (Canto V, 37-60), Camões apresenta-o metamorfoseado no Cabo das Tormentas, chamado depois da Boa Esperança, ameaçando os Portugueses com "naufrágios, perdições de toda a sorte/Que o menor mal de todos seja a morte ".
Baltasar Sete-Sóis
Personagem da obra Memorial do Convento (1982) de José Saramago. Baltasar Mateus, o Sete-Sóis, perdeu, na Guerra de Sucessão, a mão esquerda, sendo, por isso, mandado embora do exército. Vivendo de esmola.
Beresford
Beresford demonstra ser poderoso, mercenário, interesseiro, calculista, trocista, sarcástico; a sua opinião sobre Portugal fica claramente expressa na afirmação «Neste país de intrigas e de traições, só se entendem uns com os outros para destruir um inimigo comum e eu posso transformar-me nesse inimigo comum, se não tiver cuidado.».
Blimunda Sete-Luas
Personagem de Memorial do Convento (1982) de José Saramago, capaz de ver por dentro as vontades dos outros, que possui o dom da clarividência.
D. João V (Memorial do Convento)
Historicamente, Rei de Portugal desde 1 de Janeiro de 1707, D. João V (1689-1754), filho de D. Pedro II e de Maria Sofia de Neuburgo, adquire o cognome de Magnânimo
Inês de Castro
D. Inês de Castro era uma fidalga galega, de rara formosura, que fez parte da comitiva da infanta D. Constança de Castela, quando esta, em 1340, se deslocou a Portugal
Principal Sousa
Conhecido por Principal Sousa, D. José António de Meneses e Sousa Coutinho, durante a ausência do Rei D. João VI, no Brasil, fez parte da Regência do Reino até ao pronunciamento
Prometeu
Prometeu, figura da mitologia grega, é filho de Jápeto e de Climene, uma das muitas filhas de Oceano, e irmão de Atlas e de Epimeteu.

Resumo da Obra

CANTO I

1 - 3 (Proposição): Camões propõe-se a cantar os feitos dos Portugueses.
4 -5 (Invocação): O poeta invoca as Tágides (ninfas do Tejo).
6 - 18 (Dedicatória): O poema é dedicado a D. Sebastião.
19 (Narração): A Armada no Oceano Índico.
20 - 41: Os Deuses discutem no Olimpo. Júpiter e Vénus apoiam os Portugueses, e Baco opõe-se. Marte apoia Vénus.
42 - 99: A Armada em Moçambique. Vasco da Gama recebe o regedor e este último, incitado por Baco, ataca os Portugueses, mas é vencido. Mostra-se arrependido e oferece um falso piloto ao Gama.
100 - 102: O falso piloto dirige as naus para Quiloa, mas Vénus afasta os Portugueses do perigo de uma emboscada.
103 - 104: Chegada a Mombaça.
105 - 106: Considerações sobre a insegurança e as falsidades da vida.

CANTO II

1 - 28: O rei de Mombaça, mandado por Baco, tenta destruir a Armada Portuguesa atraindo-a ao porto. Vénus pede ajuda às Nereidas e estas afastam as naus. O falso piloto e os mouros julgam ter sido descobertos e fogem.
29 - 32: Vasco da Gama apercebe-se da cilada e pede a deus que o ajude a chegar à Índia.
33 - 63: Vénus pede a Júpiter que ajude os Portugueses. Júpiter concorda e profetiza-lhes sucesso. Mercúrio aparece em sonhos ao Gama e diz-lhe para seguir viagem.
64 - 71: Partida de Mombaça. Os Portugueses capturam um navio e os mouros levam-nos a Melinde.
72 - 91: Recepção festiva em Melinde.
92 - 113: O rei de Melinde visita a Armada e pede ao Gama que lhe conte a história de Portugal.

CANTO III

1 - 2: Invocação de Camões a Calíope.
3 - 5: O Gama resume ao rei de Melinde o que lhe vai contar: terras, gentes e feitos de armas.
6 - 21: Situação geográfica da Europa e de Portugal
22 - 98: Viriato, Conde D. Henrique, reis de Portugal (de D. Afonso Henriques a D. Dinis), Egas Moniz, guerras da Reconquista, Batalha de Ourique.
99 - 135: D. Afonso VI, Batalha do Salado, episódios Líricos de Inês e da formosíssima Maria.
136 - 143: Reinados de D. Pedro e D. Fernando.

CANTO IV

1 - 50: Mestre de Avis como rei de Portugal, discurso de Nun'Álvares, Batalha de Aljubarrota, conquista de Ceuta.
51 - 65: Reinados de D. Duarte, D. Afonso V e D. João II.
66 - 93: Reinado de D. Manuel. Sonho do rei em que aparecem os rios Ganges e Indo a profetizar o sucesso dos Portugueses na Índia. A Armada parte de Belém rumo ao Oriente.
94 - 104: O Velho do Restelo.

CANTO V

1 - 36: O Gama conta ao rei de Melinde a viagem até ao cabo das tormentas. Partida para o Equador. Fogo de Santelmo. A tromba Marítima. Fernão Veloso na Baía de Santa Helena.
37 - 60: O gigante Adamastor.
61 - 91: O Gama acaba o relato da viagem até Melinde. Sofala. O escorbuto. Elogio à coragem dos Portugueses.
92 - 100: Desânimo do poeta face ao desprezo dos Portugueses pelas Letras, e em especial pela poesia.

CANTO VI

1 - 6: O povo de Melinde festeja os Portugueses. Partida das naus para os mares da Índia.
7 - 37: Baco fala com Neptuno. Concílio dos Deuses Marinhos. Discurso de Baco. Éolo é incitado a soltar os ventos para impedir a viagem dos Portugueses.
38 - 69: A bordo, os Portugueses contam histórias para passar o tempo. Fernão Veloso conta o episódio dos Doze de Inglaterra.
70 - 84: A tempestade.
85 - 91: Vénus e as ninfas abrandam os ventos.
92 - 94: As naus chegam a Calecute. O Gama agradece de novo a Deus.
95 - 99: Camões medita sobre o valor da glória.

CANTO VII

1 - 14: A Armada está na barra de Calecute. Camões elogia o espírito aventureiro dos Portugueses, comparando-os com outros povos que nada fazem.
15 - 22: Entrada em Calecute. Descrição da Índia.
23 - 27: Contacto com o povo desconhecido.
28 - 41: Monçaide descreve o Malabar.
42 - 56: O Gama desembarca e o Catual leva os Portugueses até junto do Samorim.
57 - 66: O Gama visita o Samorim. Acolhimento dos Portugueses.
66 - 77: Paulo da Gama recebe o catual a bordo da Armada.
78 - 87: Camões faz nova invocação às Ninfas do Tejo e do Mondego, e queixa-se da sua infelicidade.

CANTO VIII

1 - 43: Paulo da Gama descreve ao Catual as figuras das bandeiras das naus.
44 - 56: O Catual regressa a terra. Baco intervém de novo, pondo os indianos contra os Portugueses.
57 - 78: O Gama pede para ser recebido pelo Samorim. Este acredita no discurso do capitão e deixa que regresse à sua nau.
79 - 95: O Catual tenta deter Vasco da Gama em terra, mas como tem medo do Samorim, liberta-o a troco de mercadorias. O capitão regressa à nau e ficam dois feitores em terra.
96 - 99: Reflexões do poeta sobre o poder do ouro.

CANTO IX

1 - 17: Em Calecute espera-se uma armada Muçulmana para destruir a Portuguesa. Monçaide avisa o Gama, que levanta âncora, aprisionando os mercadores indianos como castigo.Os mercadores são trocados pelos feitores, e a Armada volta a Portugal.
18 - 50: Vénus decide recompensar os Portugueses.
51 - 92: Ilha dos Amores. Descrição e acolhimento das Ninfas aos Portugueses. Tétis recebe o Gama no palácio.
93 - 95: Exortação de Camões aos que sonham com a imortalidade.


CANTO X

1 - 143: Ilha dos Amores. Profecia dos feitos dos Portugueses no Oriente feita por uma Ninfa. Invocação a Calíope. A Ninfa continua as profecias. Tétis indica ao Gama os locais onde os Portugueses serão célebres. Os marinheiros despedem-se e partem.
144: Chegada a Portugal.
145 - 156: O poeta lamenta-se e promete a D. Sebastião cantar as futuras glórias e conclui assim a sua dedicatória, encerrando com ela a obra.

Contexto Histórico dos Lusíadas


Em Portugal, o feudalismo começou a ruir no século XIV. Foi uma conseqüência dos descobrimentos.

D. João II ( 1481-1495) e D. Manuel (1495-1521) foram os reis que deram impulso decisivo à grande aventura portuguesa. Em 1497, Vasco da Gama alcança a Índia. Em 1500, Cabral chega ao Brasil. Em 1509 é realizada a primeira viagem dos portugueses a Málaca. A partir de 1516, as naus portuguesas cortam o Mar da China, chegando ao Japão em 1542.

Em conseqüência dos descobrimentos, Portugal passa por transformações políticas e econômicas profundas. Os conflitos entre a nobreza vinculada à terra (decadente) e a burguesia associada às navegações e ao comércio (emergente) se desdobram no plano ideológico e religioso. O teocentrismo (ideologia religiosa) e o antropocentrismo (ideologia laica), duas visões de mundo incompatíveis, coexistirão por algum tempo. As idéias renascentistas trazidas por Sá de Miranda após sua viagem para a Itália (1521), esbarrariam nos mosteiros portugueses.

"O renascimento é uma época contraditória." . Como anota referido autor, o desenvolvimento da ciência, o culto à beleza e à sensualidade não rompe definitivamente com o Cristianismo. Ao contrário, vários artistas imbuídos das novas idéias estéticas passam a representar os elementos pagãos ao lado de motivos cristãos.

Em Portugal, as ciências e as artes são incentivadas. Sob o influxo dos novos ideais, D. João III reforma a Universidade de Coimbra (1537) e funda o Colégio das Artes em Coimbra (1547). Entretanto, a reação da Igreja não demorou. Apoiado pela Coroa, o Santo Ofício passa a censurar as obra literárias e a perseguir os hereges, visando o respeito aos dogmas e ao purismo religioso (1545-1563). Em 1555 o Colégio de Artes foi transformado em centro de formação teológica.

No plano econômico, Portugal começa a sofrer sérios problemas econômicos. Não tem como suportar os investimentos nas colônias. Acaba endividando-se e transferindo para os credores protestantes as riquezas obtidas nas colônias. Apesar do luxo das cortes portuguesas, os sinais da decadência já se fazem sentir no império.

É neste contexto conturbado e rico que viria ao mundo Luís Vaz de Camões.

Biografia de Luís Vaz de Camões

Sabe-se que o maior poeta português, Luís Vaz de Camões, nasceu provavelmente em Lisboa (Portugal), por volta de 1524 e pertenceu a uma família da pequena nobreza, de origem galega.

Este poeta do classicismo português possui Gerar receita obras que o coloca a altura dos grandes poetas do mundo. Seu poema épico Os Lusíadas divide-se em dez cantos repartidos em oitavas. Esta epopéia tem como tema os feitos dos portugueses: suas guerras e navegações.

Dono de um estilo de vida boêmio, este escritor lusitano foi freqüentador da Corte, viajou para o Oriente, esteve preso, passou por um naufrágio, foi também processado e terminou em miséria. Seus últimos anos de vida foram na mais completa pobreza.

A bagagem literária deixada pelo escritor é de inestimável valor literário. Ele escreveu poesias líricas e épicas, peças teatrais, sonetos que em sua maior parte são verdadeiras obras de arte.

Criador da linguagem clássica portuguesa, teve seu reconhecimento e prestígio cada vez mais elevados a partir do século XVI. Faleceu em Lisboa, Portugal, no ano de 1580. Seus livros vendem milhares de exemplares atualmente, sendo que foram traduzidos para diversos idiomas (espanhol, inglês, francês, italiano, alemão entre outros). Seus versos continuam vivos em diversos filmes, músicas e roteiros.

Introdução

Blog criado como avaliação parcial na IIIº unidade na disciplina de Língua Portuguesa, sob a orientação da professora Irana Costa, do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães Camaçari - BA, 1º ano turma 22, turmo matutino, ano 2009.

Os Lusíadas


Os Lusíadas é uma obra poética do escritor Luís Vaz de Camões, considerada a epopeia portuguesa por excelência. Provavelmente concluída em 1556, foi publicada pela primeira vez em 1572 no período literário do classicismo, três anos após o regresso do autor do Oriente.
A obra é composta de dez cantos, 1102 estrofes que são oitavas decassílabas, sujeitas ao esquema rímico fixo AB AB AB CC – oitava rima camoniana. A acção central é a descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama, à volta da qual se vão descrevendo outros episódios da história de Portugal, glorificando o povo português.